A diretora da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Emer Cooke, defendeu este domingo em entrevista ao “El País” que são necessárias “tantas vacinas seguras, eficazes e de elevada qualidade quanto possível”.
É com base nisto que acredita que “não devemos discriminar nenhuma vacina em função da sua origem”, diz, quando questionada sobre se a União Europeia (UE) necessita da vacina russa. “Se é boa, deveríamos examiná-la com os mesmos padrões do que qualquer outra.”
Recorde-se que o surgimento da vacina Sputnik V foi inicialmente recebido com desconfiança pela comunidade científica internacional – e, da mesma forma, pela União Europeia –, mas a situação parece estar a mudar. No início de março, o regulador anunciou o início de uma investigação para verificar se os testes clínicos da vacina russa respeitaram os padrões científicos e éticos.
Questionada sobre a vacina da Janssen (filial europeia da Johnson & Johnson) – que a UE recomendou que fosse suspensa, após terem sido identificados nos Estados Unidos seis casos de mulheres com um coágulo sanguíneo cerebral raro –, a irlandesa Emer Cooke revela que o regulador já suspeitava que poderia existir um problema, dadas as semelhanças com a vacina da AstraZeneca. “Já tínhamos contactado, de forma proativa, com a empresa e iniciado um procedimento para investigar mais a fundo possíveis problemas”, afirma, realçando que este “é um bom exemplo de como o sistema europeu funciona bem”.
Para a diretora-executiva da EMA, o regulador demorou mais do que outros países a dar luz verde às vacinas “porque os pedidos [de aprovação] chegaram ao mesmo tempo” e não existia “uma autorização de emergência” na UE.
“A nossa ferramenta era de autorização de comercialização condicional, que requer mais dados e uma revisão mais sólida e uma personalidade jurídica mais forte”, enquadra, sublinhando, contudo, que os principais constrangimentos não foram regulatórios. E adianta que a EMA está a estudar qual a melhor forma de implementar esta autorização de emergência.
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