Energia

Governo deverá pelo menos duplicar meta do país no hidrogénio verde

Hidrogénio tem motivado múltiplas intenções de investimento.
Hidrogénio tem motivado múltiplas intenções de investimento.
Andriy Onufriyenko / Getty Images
Secretária de Estado da Energia e Clima assegurou que a revisão da estratégia para o hidrogénio terá uma meta mais elevada, e admitiu que os vencedores do primeiro leilão eólico offshore em Portugal poderão só ser conhecidos em 2024
Governo deverá pelo menos duplicar meta do país no hidrogénio verde

Miguel Prado

Jornalista

A atualização da estratégia nacional para o hidrogénio, que o Governo tenciona realizar este ano, deverá pelo menos duplicar a ambição do país em termos de nova capacidade de eletrólise a instalar até 2030, indicou esta terça-feira a secretária de Estado da Energia e Clima, Ana Fontoura Gouveia, durante a Lisbon Energy Summit.

“Tínhamos uma estratégia que precisa de ser atualizada. Iremos multiplicar [o objetivo para 2030] por dois ou três. Na estratégia inicial estávamos a falar de 2,5 gigawatts (GW) de eletrólise e neste momento já temos o dobro ou o triplo de projetos com intenções firmes de investimento”, comentou a governante em declarações aos jornalistas após a sessão de abertura da conferência.

A secretária de Estado da Energia e Clima apontou o hidrogénio como um dos vetores de descarbonização em que Portugal se destacará no quadro da transição energética, a par com os combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF na sigla em inglês).

Mas um outro ponto da estratégia de aposta nas energias limpas foi o desenvolvimento do primeiro leilão eólico no mar.

Ana Fontoura Gouveia indicou que o Governo quer definir as regras do leilão “o mais rapidamente possível”. “Estamos empenhados em que durante o Verão o mercado fique informado das condições do leilão”, referiu a governante.

No entanto, embora deva ser lançado no final deste ano, o leilão eólico offshore só deverá ficar fechado no início de 2024, e só nessa altura serão conhecidos os vencedores das primeiras áreas disponibilizadas.

“Estamos preocupados em conseguir o modelo concursal que assegure os melhores resultados para o país”, acrescentou a secretária de Estado da Energia e Clima.

Na semana passada a Direção-Geral de Recursos Naturais e Serviços Marítimos indicou, numa conferência promovida pela Apren - Associação Portuguesa de Energias Renováveis, que o leilão deverá na sua primeira fase avançar com quatro blocos de 500 megawatts (MW) cada um, ou seja, um total de 2 gigawatts (GW), que é apenas uma parte dos 10 GW pretendidos pelo Governo até 2030.

A secretária de Estado da Energia e Clima não confirmou que seja essa a dimensão efetiva do primeiro leilão, indicando esperar ainda a proposta do grupo de trabalho sobre o figurino do leilão (um documento que deve ser entregue ao Governo até esta quarta-feira, 31 de maio). Será com base nessa proposta que o Executivo definirá as condições concretas de realização do leilão, como o seu calendário e termos de participação dos promotores interessados.

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