Energia

"Não ter gás russo é mau para o ambiente", afirma presidente executivo da Galp

Refinaria da Galp em Sines.
Refinaria da Galp em Sines.
D.R.

A decisão europeia de cortar nas importações de gás russo levou vários refinadores a recorrer a formas mais poluentes de produção de combustíveis, incluindo a Galp, alertou o líder da petrolífera, Filipe Silva, esta terça-feira

"Não ter gás russo é mau para o ambiente", afirma presidente executivo da Galp

Miguel Prado

Jornalista

O presidente executivo da Galp Energia, Filipe Silva, alertou esta terça-feira para os desafios criados pela crise energética do ano passado e pelo compromisso europeu de reduzir as compras de gás da Rússia. “Não ter gás russo é mau para o ambiente”, declarou o gestor, durante a conferência Lisbon Energy Summit.

O problema, explicou o responsável da Galp, é que a falta de gás russo no mercado obrigou parte da indústria da refinação a encontrar temporariamente outras soluções mais poluentes para prosseguir com a produção de combustíveis e outros produtos. E no caso da Galp também. “Tivemos de queimar nafta em vez de gás natural”, comentou Filipe Silva na mesma conferência.

Na sua intervenção o presidente executivo (CEO) da Galp sublinhou que “o gás natural é um combustível fundamental para a transição energética”, mas ainda é mais caro na Europa do que nos Estados Unidos da América (o que se acentuou depois da invasão da Ucrânia pela Rússia), e isso traz problemas de competitividade à Europa.

Durante a conferência Filipe Silva salientou ainda que “a transição energética é um processo caro” e alertou para a forma como a União Europeia está a gerir os desafios dessa transição, sobretudo em comparação com outras geografias.

“Vemos progressos na Europa, mas Bruxelas está ainda muito focada nos eletrões”, referiu o CEO da Galp, que também salientou “falhas na regulação” e uma vontade dos líderes europeus de promover a descarbonização e a indústria europeia que pode ser negativa, criando uma “fortaleza” que será “tremendamente cara”.

Na perspetiva de Filipe Silva, os planos europeus para incentivar a sua própria indústria associada às energias limpas poderão encarecer as soluções que vierem a ser instaladas, face a outras regiões do mundo. “É uma questão global, só há uma atmosfera, temos de jogar com as mesmas regras”, defendeu o gestor.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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