É uma das grandes e silenciadas tragédias provocadas pela obsessão securitária que reduziu a vida (e a doença) a um único critério, a covid. Apesar de estarem a salvo da covid, a sociedade exigiu que os bebés fossem fechados numa bolha sanitária. Resultado? Estes bebés não têm agora as defesas imunológicas contra outras doenças que são de facto perigosas em bebés e crianças
Imaginem um bebé com um ano, ano e meio ou até dois anos. Esta criança só está habituada aos pais; nunca esteve na creche, em festas, em parques. Chora de forma anormal quando fica nos avós. Acham que isto é aceitável? Imaginem outra criança da mesma idade com um pouco de experiência de creche. Se esteve na creche e se os responsáveis seguiram à risca a desumanização das regras anti-covid, esta criança tem dificuldades em compreender a linguagem não verbal: os sorrisos, por exemplo; tem dificuldade em ler o rosto das pessoas, a primeira comunicação humana. E reparem que não estamos apenas a falar de questões psicológicas, embora este campo fosse suficiente para abolirmos de vez a máscara na interacção com crianças.
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