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First Council Of Ministers After Cabinet Reshuffle
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Pedro Sánchez reunido em Conselho de Ministros. À sua esquerda, a ministra do Trabalho Yolanda Díaz

Europa Press via Getty Images

Pedro Sánchez reunido em Conselho de Ministros. À sua esquerda, a ministra do Trabalho Yolanda Díaz

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Sánchez enfrenta a "mãe de todas as batalhas" à esquerda — e a adversária tem lugar no seu governo

Lei laboral provocou primeira crise séria na coligação entre PSOE e Podemos. A ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, é a adversária interna de Sánchez — irá fazer-lhe sombra?

Não é muito habitual uma ministra do Trabalho ser a principal protagonista do congresso de um sindicato. E, porém, foi exatamente isso que aconteceu a semana passada em Madrid, quando Yolanda Díaz subiu ao palco do encontro das Comisiones Obreras, o sindicato historicamente ligado ao Partido Comunista Espanhol, do qual Díaz é militante — situação que não interfere com o cargo atual de líder do Unidas Podemos, que acumula. “Hoje, venho dar-vos um dado”, disse a ministra aos delegados, com um sorriso. A frase já é de antologia: Díaz utiliza-a habitualmente nas suas respostas ao secretário-geral do Partido Popular no Congresso, o que já se tornou uma piada no ecossistema da esquerda espanhola no Twitter.

O discurso da ministra — e vice-presidente do executivo espanhol — foi centrado na promessa de que, com ela, o governo de coligação PSOE-Podemos (o primeiro da História de Espanha) avançará com a revogação da reforma laboral de Mariano Rajoy, “apesar de todas as resistências, que existem e são muitas”. Yolanda Díaz foi ovacionada de pé.

Foi o ponto de partida para uma semana que seria a de maior tensão de sempre dentro da coligação, precisamente por causa dessa mesma reforma laboral. A ministra do Trabalho não gostou do envolvimento da ministra da Economia e representante do PSOE, Nadia Calviño, na negociação da reforma da lei do trabalho — e a brecha entre os socialistas e os representantes do Podemos cresceu. O clima era de Guerra Fria, como descreveu o El Mundo: “Conversas cruzadas, mensagens, reuniões abortadas… Mas durante estes dias, Pedro Sánchez e Yolanda Díaz não falaram pessoalmente do assunto.”

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Reforma laboral, um “símbolo” para o Podemos

Enquanto a união entre as esquerdas se desfazia no Parlamento português, em Espanha, a coligação de esquerda também tremia — mas, ao contrário de António Costa, Pedro Sánchez conseguiu colocar água na fervura de forma eficaz. Na quarta-feira, anunciou uma solução, reforçando que Díaz é a líder do processo da reforma laboral, mas garantindo que Calviño também fará parte dele como representante da pasta da Economia, bem como o ministro da Segurança Social, José Luis Escrivá. Crise resolvida, por agora. Mas não deixa de ser a pisadela mais relevante na dança entre PSOE e Podemos desde que o governo tomou posse, em 2019. E, com Yolanda Díaz como protagonista, ganha particular relevância.

É pelo menos essa a opinião de David Jiménez Torres, professor da Universidade Complutense de Madrid e analista político que colabora regularmente com a rádio Onda Cero e o jornal El Mundo: “Esta não é a primeira polémica dentro deste governo, já houve muitas. Mas as anteriores pareceram sempre um pouco teatrais, como se fossem parte do esforço de cada partido para mostrar um perfil próprio”, afirma ao Observador. “Desta vez, a tensão é mais real.”

The Spanish And Portuguese Governments Meet At The Hispano-portuguese Summit Held In Trujillo (caceres)

Pedro Sánchez e Yolanda Díaz não falaram pessoalmente durante a crise sobre a liderança da negociação laboral

Europa Press via Getty Images

Ruben Santamarta concorda e acrescenta que o caso ganhou particular relevância por envolver Díaz: “Ela tem um passado ligado aos sindicatos e este tema interessa-lhe desde sempre. Os socialistas meterem-se na reforma laboral é algo que ela encara como um grave problema, como se lhe estivessem a roubar competências. Portanto, é claro que este é um momento muito delicado”, reflete o jornalista de La Voz de Galicia, que acompanhou de perto o percurso de Díaz na região — a ministra fez parte do executivo camarário em Ferrol e foi deputada regional. “Ao mesmo tempo, Yolanda Díaz é a grande figura emergente do Unidas Podemos desde que Pablo Iglesias saiu”, acrescenta Santamarta.

O facto de o diferendo ser sobre a legislação laboral é fulcral para ter dado uma dimensão tão profunda a esta crise, crê Jiménez Torres. “A lei laboral é a mãe de todas as batalhas. O Podemos tem bandeiras como a discussão da monarquia, mas esse não é [um objetivo] imediato, não vai acontecer. Mas este governo vai, sim, fazer uma reforma laboral — a questão é como”, resume o analista. O facto de Bruxelas querer acompanhar o processo, podendo fazer a atribuição dos fundos NextGeneration dependerem do resultado dessa reforma, pode complicar a situação, acrescenta. E todos estes fatores serão determinantes para o sucesso da coligação no futuro: “Se 2022 for um ano economicamente positivo, acho que o governo será reeleito. Senão, pode dar as eleições por perdidas. É por isso que creio que esta será a batalha mais fundamental desta legislatura.”

“A reforma laboral não é só uma questão de legislação, é um símbolo, sobretudo para a esquerda que o Podemos representa. O Podemos nasceu da crítica às políticas de austeridade, é um partido que nasceu para revogar leis como esta.”
David Jimènez Torres, professor da Universidade Complutense de Madrid

Aprovada em 2012 pelo governo de Rajoy, no contexto da crise das dívidas soberanas, a atual lei laboral espanhola introduziu uma série de mudanças de flexibilização para agradar aos parceiros europeus. Agora, Yolanda Díaz e o Podemos alimentam a esperança de — à semelhança do que defendem o PCP e o BE em Portugal — reverter a maioria dessas alterações. Em concreto, a ministra do Trabalho tem defendido ideias como a de voltar a dar prioridade aos contratos coletivos de cada setor sobre os contratos individuais de cada empresa.

“A reforma laboral não é só uma questão de legislação, é um símbolo, sobretudo para a esquerda que o Podemos representa”, afirma David Jiménez Torres. “O Podemos nasceu da crítica às políticas de austeridade, é um partido que nasceu para revogar leis como esta.” E o partido não é o único ator à esquerda que coloca todas as fichas em Yolanda Díaz: “Tudo isto tem muita importância para os sindicatos, que são dos aliados mais próximos que esta ministra tem. Portanto, isto não é só teatro: há aqui interesses muito poderosos, que querem dar luta”, acrescenta o professor.

Yolanda Díaz, de sindicalista radical a “gestora eficiente”

A proximidade de Díaz aos sindicatos vem de família. Filha de um estivador, foi a primeira criança a nascer em San Valentín, um bairro operário acabado de reconstruir em Fene, perto da Corunha. O seu pai, Suso Díaz, foi um militante do Partido Comunista na clandestinidade. “Tinha quatro anos quando Santiago Carrillo, à altura líder do PCE, me beijou a mão”, revelou a própria numa entrevista ao El País em 2009.

Advogada de profissão especializada em Direito laboral, Yolanda Díaz mergulhou na política galega com a Izquierda Unida (federação de partidos de esquerda onde se inclui o PCE) em 2005, pela qual foi candidata ao governo regional da Galiza. Dois anos depois, chegava ao executivo da cidade de Ferrol em coligação com os socialistas do PSOE. A partir de 2009, entrou no parlamento galego, graças à coligação Alternativa Galega de Esquerda, onde exercitou mais uma vez o músculo do entendimento entre várias forças de esquerda, o que lhe deu experiência para as negociações agora com o PSOE.

Pablo Iglesias Participates In A Demonstration In Support Of Navantia Workers

Yolanda Díaz e Pablo Iglésias numa manifestação em Ferrol, onde a ministra do Trabalho fez parte do executivo camarário

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Mas a Yolanda Díaz desses tempos é bastante diferente da de agora. Isso mesmo diz Ruben Santamarta, que acompanha a política desde os tempos de Ferrol: “Era muito dura, muito combativa”, conta. “Lembro-me dos debates dela com Alberto Feijóo [líder do PP na Galiza e presidente do governo regional à altura] e eram até tensos. A sua imagem desde então mudou muito, agora é institucional, é uma gestora eficiente. Se há três anos me perguntasse se ela seria capaz de assinar um acordo que incluísse membros do patronato, diria que era impossível. E agora ela prepara-se para fazer isso. Assumiu um perfil muito mais moderado, mais pragmático”, resume o jornalista.

Uma mudança no estilo, mas não no conteúdo, considera David Jiménez. “Ela está muito próxima dos sindicatos, a sua lealdade principal é para com eles. Algo que não se podia dizer de Pablo Iglésias ou de outros dirigentes do Podemos, como Errejón e Monadero, que estavam muito mais ligados ao mundo académico.” A atual líder do Podemos é, por isso, algo diferente da linha tradicional do partido que agora lidera.

"Se há três anos me perguntasse se ela seria capaz de assinar um acordo que incluísse membros do patronato, diria que era impossível. E agora ela prepara-se para fazer isso. Assumiu um perfil muito mais moderado, mais pragmático."
Ruben Santamarta, jornalista de La Voz de Galicia

É preciso recordar que Yolanda Díaz não é militante do Podemos. E, porém, foi escolhida para a liderança do partido pelo próprio Iglesias em março, quando este se demitiu na sequência das eleições de Madrid, que deram a vitória a Isabel Diaz Ayuso. Antigos colegas da Juventude Comunista, Díaz e Iglesias retomaram o contacto em 2012, quando trabalharam juntos na Galiza na criação da Alternativa Galega de Esquerdas. A filha de sindicalista não deu o salto para o Podemos, mas foi à mesma a opção do líder do partido. Há quem diga que Díaz e Iglesias são muito amigos, mas David Jiménez Torres não crê que seja essa a motivação da escolha, até porque “as relações pessoais em política são coisas curiosas”, diz.

Aquilo que é claro para o professor é que Iglesias compreendeu que, consigo, o Podemos avançava para uma crise cada vez mais profunda e que Díaz podia ser a solução: “Iglesias provocava muita aversão no eleitorado. A transferência para Díaz foi uma maneira de manter vivo o projeto Podemos com uma liderança distinta. Não foi sequer uma transição, porque ela não derrotou Iglesias, mas sim uma substituição direta, para contrariar o desgaste do partido.”

Pablo Iglesias And Yolanda Diaz Meet With Trade Unions To Treat The Situation Of Agricultural Workers

Pablo Iglésias (à direita) escolheu pessoalmente Yolanda Díaz como sua sucessora, quando se demitiu da liderança do Podemos em março

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A estratégia, para já, tem resultado. As sondagens do Centro de Investigaciones Sociológicas mostram que o eleitorado é mais recetivo a Díaz do que a Iglesias, conseguindo melhores resultados junto dos eleitores mais velhos e das mulheres face ao antecessor. E a sua popularidade é tanta que, ao contrário de Iglesias, consegue ganhar simpatia até no eleitorado do PSOE. Atualmente, está em terceiro lugar nas preferências dos eleitores para o cargo de presidente do governo, com 10% — um aumento destacado face aos 4% que Iglesias reunia, em média. À sua frente, apenas estão Pedro Sánchez (19%) e o líder do PP, Pablo Casado (11%).

Sánchez e o crescimento da esquerda: conveniente ou perigoso?

No meio da reconfiguração à esquerda, Yolanda Díaz aponta baterias a uma “grande aliança” que possa unir o Podemos a outros partidos de esquerda mais pequenos. Nos últimos meses, tem preparado a sua ofensiva, dizendo que não quer “egos” e que está pronta para liderar essa grande coligação. Uma postura que, ao contrário daquilo que poderia parecer à primeira vista, não desagrada ao Podemos — “porque percebe que é a melhor maneira que tem para sobreviver”, resume David Jiménez Torres.

Mas como encaram Pedro Sánchez e o PSOE uma tentativa de o bloco mais à esquerda se tornar mais robusto? Oficialmente, bem. “Não há nenhum risco de que o Podemos nos roube votos. O problema real é a perda de votos que o partido tem”, assumia uma ministra ao El País, no início do mês, em confidência. Com o tempo das maiorias absolutas aparentemente enterrado de vez em Espanha, o PSOE quer garantir a viabilidade do Podemos para ter um parceiro de coligação que lhe permita voltar a formar governo no futuro.

The Government Approves The General State Budgets For 2022 In An Extraordinary Council Of Ministers

Yolanda Díaz quer liderar uma aliança das esquerdas. Sánchez não se opõe formalmente, mas não é certo se tal poderá ou não prejudicá-lo

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“O principal problema dos socialistas é se o Podemos se afundar tanto que não tenha votos suficientes para permitir ao PSOE governar”, diz Torres, admitindo até que “há muito interesse em impulsionar a figura de Yolanda Díaz no PSOE”.

Nem todos os que seguem a política espanhola concordam. Pilar Cernuda, histórica jornalista, ainda recentemente avisou o chefe do governo num artigo de opinião: “Pedro Sánchez deve ser o único espanhol que não se dá conta de que quanto melhor estiver Yolanda Díaz, pior está ele, porque ela divide o voto à esquerda”, escrevia. “E a vice-presidente, que podia ser catedrática de estratégia política, fomenta a sua imagem de moderação, utilizando até o aspeto físico — penteado, roupa, atitude — para afastar os estereótipos da esquerda radical, não vão eles assustar possíveis eleitores”.

Ruben Santamarta também crê que dentro do PSOE há algum “receio” face a Yolanda Díaz e à sua plataforma de esquerda. “Há muito que os socialistas não tinham alguém com um nível de popularidade como o de Sánchez. Mas Díaz começou na liderança do Podemos num momento em que o partido estava muito em baixo e agora está com as expectativas elevadas. Isso ajuda a explicar estas tensões dentro do governo”, sentencia o galego.

“Pedro Sánchez deve ser o único espanhol que não se dá conta de que quanto melhor estiver Yolanda Díaz, pior está ele, porque ela divide o voto à esquerda.”
Pilar Cernuda, jornalista veterana da política espanhola

Perante uma situação destas, o executivo liderado por Sánchez mantém-se aparentemente unido, mas as tensões que existem abaixo da superfície vão marinando em lume brando. Na ressaca da crise desta semana com a lei laboral, a porta-voz do governo, Isabel Rodríguez, deu uma bicada discreta em Yolanda Díaz: “Este é um coro que deve soar afinado e não um onde existam solistas”, afirmou numa entrevista ao jornal El Diário, alinhado à esquerda, na noite de quarta-feira. No site da publicação, o artigo foi arrumado ao lado de duas peças que comparam a situação política em Espanha com a portuguesa: “Portugal envia uma mensagem clara e diáfana à esquerda espanhola”, titulava um deles. Como se a queda do governo português pudesse servir de aviso para impedir o fim da experiência à esquerda em Espanha.

É precisamente por receios de que as tensões levem a um rompimento total e a uma queda de governo que David Jiménez Torres considera que não haverá crises tão violentas como esta no futuro do executivo espanhol: “É claro que a certo momento PSOE e Podemos tentarão cultivar uma espécie de rutura para cada um assumir posições diferentes antes das próximas eleições. Mas será apenas para se distinguirem”, considera o analista, sublinhando que serão crises mais artificiais e menos ideológicas como esta, da questão da lei laboral.

Já Ruben Santamarta considera que poderá haver outros momentos de tensão — “a política espanhola está com ciclos cada vez mais curtos”, aponta —, mas também crê que não terão “a mesma intensidade desta”.

32ª Cimeira Luso-Espanhola. A Cimeira de Trujillo permitirá aprofundar as discussões mantidas com o governo de Espanha sobre a interligação entre dois processos importantes: a implementação da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço e a execução dos Planos de Recuperação e Resiliência. Terá também como um dos seus pontos altos a celebração do novo Tratado de Amizade e Cooperação, a assinar pelo Primeiro-Ministro português António Costa e pelo Presidente do Governo espanhol Pedro Sanchez. Trujillo, Espanha, 28 de outubro de 2021. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A queda do governo em Portugal coincidiu com a crise da lei laboral em Espanha. Esta quinta-feira, António Costa e Pedro Sánchez estiveram juntos em Espanha

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Independentemente do nível de coesão entre os dois partidos que lideram o executivo, uma coisa é certa: Yolanda Díaz quer assumir-se como a nova líder da esquerda radical e não tem pejo em tentar pescar votos ao centro. Irá isso traduzir-se em resultados? David Jiménez é cauteloso, sublinhando que a política é por vezes imprevisível: “Yolanda Díaz é uma incógnita. Iglesias esteve anos debaixo de um escrutínio público muito intenso, foi psicoanalisado por todos nós. Ela não”, aponta, antes de acrescentar a ressalva de que em Espanha a popularidade nas sondagens nem sempre se traduz em votos, “como aconteceu com Adolfo Suárez nos anos 80 e Julio Anguita”.

“E o PSOE tem eleitores muito fiéis”, acrescenta o politólogo. “Eles até podem gostar de outros líderes, mas isso não significa que abandonem o seu partido por causa deles”. Yolanda Díaz pode continuar a ser ovacionada de pé no futuro — resta saber se consegue que tal aconteça fora de um congresso sindical.

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