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Embaixada da Austrália, Lisboa

Comunicado à Imprensa - 18 Janeiro 2007


Austrália: comércio e exportações com previsões positivas para 2007

Ao entrar em 2007, novas estatísticas e previsões de um forte crescimento do comércio e exportações da Austrália dão ânimo à economia do país.

No seu relatório de Dezembro sobre exportação de produtos primários, a principal agência de pesquisa económica do Governo australiano (ABARE) prevê um crescimento das receitas destas exportações de 13%, para cerca de $140 mil milhões, em 2006-07.

A ABARE afirma que, apesar das exportações agrícolas irem ser fortemente afectadas pela seca prolongada, as receitas crescentes dos recursos minerais continuarão a sustentar o desempenho do sector.

Segundo o Director Executivo da ABARE, Sr. Phillip Glyde, o valor das exportações energéticas e de minerais da Austrália estava estimado em cerca de $111 mil milhões em 2006-07, um aumento de 20%, para $92 mil milhões, em relação a 2005-06.

A panorâmica dos preços dos recursos minerais é positiva, reflectindo a continuação da forte procura mundial e o aumento modesto da oferta. No seguimento de importantes subidas em 2005-06, esperam-se novos aumentos de preços para muitos produtos minerais em 2006-07, nomeadamente minério de ferro, ouro, alumínio, níquel, cobre e zinco. Para além da previsão de uma alta nos preços, crê-se que o volume das exportações de recursos minerais da Austrália crescerá acentuadamente em 2006-07.

Em consequência do duro impacto da seca – 2006 foi, em várias regiões do país, o ano mais seco desde que existem registos (datam de 1900) -, as receitas das exportações agrícolas australianas deverão cair 8%, para $25,4 mil milhões, em 2006-07. Esta quebra reflecte sobretudo um menor volume de exportações na maioria das colheitas. Os produtos agrícolas cujas exportações deverão diminuir significativamente em 2006-07 incluem a canola, algodão, cevada, lacticínios e borrego.

Contudo, o volume total de exportações da Austrália aumentou em Novembro, quase atingindo um novo máximo, enquanto que as importações diminuíram, contribuíndo para uma redução significativa do défice da balança comercial. As exportações de bens e serviços chegaram aos $18 mil milhões, o segundo nível mais alto alguma vez registado, totalizando, entre Janeiro e Novembro, $208,5 mil milhões – uma subida de 17% em relação ao período de 12 meses do ano anterior.

O Ministro do Comércio da Austrália, Sr. Warren Truss, disse que o défice geral da balança comercial tinha caído de $665 milhões para $843 milhões em Novembro. Nos primeiros cinco meses do ano financeiro de 2006-07, o défice comercial foi de $4,1 mil milhões, uma redução substancial em comparação com os $6,9 mil milhões registados nos primeiros cinco meses de 2005-06.

A maior subida ocorreu nas exportações de bens manufacturados: 3%, para $3,8 mil milhões, em Novembro de 2006.

As exportações rurais também cresceram 2%. Os efeitos da contínua volatilidade das importações e exportações de ouro foram visíveis, tendo a quebra de 29% em Novembro arrastado para baixo as exportações de “outros bens”: -20%, num total de $836 milhões.

No que refere às exportações para o nordeste asiático, o ministro Truss informou que elas continuaram em bom ritmo, aumentando 20% entre Dezembro e Novembro. As exportações para a China lideraram as estatísticas, com um crescimento de 31%.

Olhando para o futuro das negociações do comércio, nas quais se inclui a Ronda de Doha, Truss declarou que o novo projecto de Lei Agrícola dos EUA representava a próxima peça de legislação crucial que o processo de liberalização do comércio global teria que enfrentar, e que, caso os EUA fixassem subsídios agrícolas de nível elevado, isso iria claramente desincentivar os outros países a responderem de uma forma positiva.

“O projecto de lei dos EUA é um tema de discussão crítico e é bom ver que estão a ser consideradas algumas propostas construtivas”, disse ele.

“Procuramos um resultado ambicioso para esta ronda e queremos cortes substanciais na protecção agrícola dos EUA, queremos cortes substanciais nas tarifas mas, para além disso, queremos melhorias consideráveis nos acordos de acesso ao mercado, de forma a que o comércio mundial se torne realmente mais livre e aberto. O facto de estas discussões estarem a decorrer é construtivo e penso que constitui uma resposta positiva à nossa proposta”, acrescentou Truss.

O ministro sublinhou que a a maior prioridade da Austrália é alcançar um acordo multilateral mundial: “As discussões a nível bilateral podem contribuir para encontrar soluções para alguns dos problemas que serão enfrentados globalmente”. “Penso, portanto, que o nosso trabalho em relação aos acordos bilaterais e sucessos obtidos ajuda a preparar o caminho para um acordo global”, disse. “Mesmo assim, vai ser duro alcançar um resultado nas negociações do comércio mundial. Mas este objectivo é muito importante, pelo que iremos desenvolver todos os esforços ao longo dos próximos meses para assegurar que a Ronda tem as melhores hipóteses de sucesso”.

À medida que a Austrália se prepara para receber o forum da APEC (Cooperação Económica Ásia-Pacífico) este ano – uma série de reuniões de Janeiro a Setembro de 2007 -, o país vai concentrar-se nas áreas de interesse das economias dos 21 membros da APEC, incluindo assuntos como o crescimento económico e a prosperidade, bem como a cooperação, comércio e investimento na região da Ásia-Pacífico. Mais de 100 dias de reuniões ministeriais, de altos funcionários e empresariais foram já marcadas para os delegados da APEC em vários pontos da Austrália.

O encerramento do forum da APEC terá lugar em Sidney de 8 - 9 de Setembro, com a reunião de líderes económicos da APEC, um evento que juntará os líderes das principais economias regionais e milhares de delegados, pessoal de apoio e comunicação social internacional, e que constituirá um dos mais importantes encontros anuais de líderes mundiais.

Recentemente, um relatório independente concluíu que a Austrália irá cumprir os objectivos da APEC nas áreas do comércio livre e investimento. Citando o 15º ano consecutivo de expansão económica ininterrupta da Austrália, o mais longo na história do país, o relatório afirma que “a Austrália fez progressos sólidos na liberalização e facilitação do comércio e está em condições de atingir os objectivos da APEC traçados em Bogor, Indonésia, em 1994, os quais impunham os anos de 2010 e 2020 como metas para o comércio livre e aberto das economias industrializadas e em desenvolvimento, respectivamente.

Camberra, 18 de Janeiro de 2007