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Massacre em Bucha: verdade ou encenação? Imagens satélite mostram civis mortos há mais de três semanas

05 abr, 2022 - 10:00 • Anabela Góis , Inês Braga Sampaio

A Rússia acusa a Ucrânia de encenar mortes em Bucha após a retirada das tropas russas, manipulando vídeos e fotografias, mas análises feitas por vários órgãos internacionais de comunicação social desmentem a teoria de Moscovo.

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Imagem satélite da destruição em Bucha a 31 de março, durante a ocupação das tropas russas. Foto: Maxar Technologies/Reuters
Imagem satélite da destruição em Bucha a 31 de março, durante a ocupação das tropas russas. Foto: Maxar Technologies/Reuters
A destruição em Bucha, já depois da saída das tropas russas. Foto: Maxar Technologies
A destruição em Bucha, já depois da saída das tropas russas. Foto: Maxar Technologies
Imagem satélite de vala comum. Foto: Maxar Technologies/EPA
Imagem satélite de vala comum. Foto: Maxar Technologies/EPA

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Análises feitas às imagens de satélite das ruas de Bucha, nos arredores da capital ucraniana, demonstram que os civis já estavam mortos há mais de três semanas e não foram movidos.

A BBC, o New York Times e a Sky News são alguns dos órgãos de comunicação social internacionais que analisaram vídeos e fotografias das centenas de corpos estendidos nas ruas da cidade com as imagens de satélite do local. Inclusive, os carros e as bicicletas também se mantêm nos locais onde estavam durante a ocupação russa.

As alegações de que os corpos eram afinal de pessoas que fingiam estar mortas e eram vistas a levantar-se são desmentidas por uma análise mais pormenorizada.

Patologistas forenses também deitam por terra a teoria de que os corpos não apresentavam a rigidez prevista, explicando que, após quatro dias, o "rigor mortis", geralmente, diminui. Quanto à ausência de sangue, explica-se pelo tipo de ferimento e pela posição das vítimas.

O mundo foi confrontado com imagens da devastação em Bucha, com edifícios destruídos, veículos queimados e corpos pelas estradas. Segundo a procuradora-geral da Ucrânia, pelo menos, 400 civis foram mortos e uma vala comum foi encontrada ainda aberta.

A comunidade internacional condenou o sucedido e o Ministério da Defesa ucraniano chamou-lhe "a nova Srebrenica". O Presidente dos EUA, Joe Biden, classificou o homólogo russo, Vladimir Putin, como "criminoso de guerra".

Contudo, Moscovo defendeu-se. O embaixador russo nas Nações Unidas afirmou que "nem um único residente de Bucha sofreu qualquer violência às mãos dos russos" e alegou que as imagens de cadáveres nas ruas e em valas comuns eram "encenação".

O Ministério da Defesa da Rússia alegou que os corpos tinham sido colocados nas ruas depois da retirada russa, sublinhando que “todas as unidades russas tinham deixado por completo Bucha” a 30 de março.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis e feriu 2.097, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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  • EU
    05 abr, 2022 PORTUGAL 13:29
    " encenação Ucraniana", diz o EMbaixador russo na ONU. Como ser humano e como ex. Combatente em ANGOLA, agradeço a TODOS os Repórteres e Jornalistas Portugueses que nos mostraram do LOCAL aquelas MISERÁVEIS imagens. Quando uma COISA qualquer, como este, diz o que diz na ONU, pura e simplesmente devia ser retirado da sala se não o fizesse por livre vontade. Mais uma vez, lamentavelmente, obrigado a TODOS os Jornalistas e Repórteres.
  • Vitor
    05 abr, 2022 Lisboa 12:53
    As imagens revelam que, afinal, os combatentes das forças russas não são militares; são um gang de carniceiro assassinos.

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