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Prémio Direitos Humanos. Parlamento distingue trabalho com refugiados e sem-abrigo

11 nov, 2022 - 12:45 • Ângela Roque

Fundação Allamano, dos missionários da Consolata, e associação 'Adolescere', de apoio a crianças e adolescentes, venceram Prémio Direitos Humanos 2022, pelo acolhimento de jovens refugiados do Afeganistão, Síria e Ucrânia. Vão ser ainda atribuídas Medalhas de Ouro à 'Acreditar', de apoio a crianças com cancro, e à associação 'João 13', ligada aos dominicanos, que ajuda pessoas carenciadas e sem-abrigo na cidade de Lisboa.

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Desde 1999 que o Prémio Direitos Humanos é atribuído anualmente pela Assembleia da República a personalidades ou organizações que se destaquem pelo trabalho que fazem neste âmbito. Este ano, foram distinguidas ex-aequo duas instituições: a "‘Adolescere" - Associação de Apoio a Crianças e Adolescente, que é uma IPSS, e a Fundação Allamano, ligada aos missionários da Consolata, pelo “trabalho de relevo” que têm feito no “acolhimento e integração de crianças e jovens refugiados, do Afeganistão e da Síria e, mais recentemente, da Ucrânia”.

O prémio, no valor pecuniário de 25 mil euros e que será entregue em dezembro, pretende homenagear simbolicamente “toda a sociedade civil portuguesa, pela notável e solidária mobilização em favor destes cidadãos deslocados em contexto de guerra, em particular dos mais de 52 mil cidadãos ucranianos acolhidos no nosso país”, lê-se na informação divulgada no site do parlamento.

Na cerimónia de entrega vão, ainda, receber a Medalha de Ouro comemorativa dos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos duas instituições. Uma delas é a associação "João 13", ligada aos dominicanos e que apoia pessoas carenciadas e em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa. Foi distinguida “pelo meritório trabalho” que faz, "através da colaboração exclusiva de voluntários", e contribuindo para que quem ajuda possa "viver em condições dignas".

A outra associação é a "Acreditar", e vai receber a distinção pelo “relevante trabalho de acompanhamento” que assegura, desde 1994, a crianças e jovens com cancro, e suas famílias, “em todos os momentos da doença, em hospitais ou ao domicílio, através de apoio emocional, logístico, financeiro, material, escolar, psicológico ou jurídico”.

As distinções são atribuídas anualmente pelo Presidente da Assembleia da República, ouvida a Conferência de Líderes, mediante proposta do júri, constituído no âmbito da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

“Há mais alegria em dar do que em receber”

A atribuição da Medalha de Ouro apanhou de “surpresa” o responsável pela "João 13", que agradece a quem se lembrou do trabalho que fazem diariamente junto dos mais carenciados.

“Foi surpresa, porque não apresentámos candidatura. Portanto, alguém que sabe que o nosso voluntariado não vai só numa linha assistencialista, mas que o fazemos com qualidade, afeto e dedicação”, diz à Renascença frei Filipe Rodrigues, lembrando que “o que marca a diferença” na associação “não é só ‘atender os marginalizados’, mas sim compreender e estar próximo. E isso dá dignidade e restitui direitos”.

Frei Filipe congratula-se com o facto de “a ‘Casa da Democracia’ ter evidenciado a nossa associação", considerando que isso revela "não só que a dignidade e os direitos humanos se vão vivendo na nossa sociedade, como mostra boas práticas na promoção dos direitos humanos”.

Filipe Rodrigues lembra ainda que um dos motivos da distinção tem a ver com o facto de tudo o que fazem ser assegurado com voluntariado. “O lucro que temos, como voluntários, expressa-se numa frase que os Atos dos Apóstolos atribuem a Jesus: ‘Há mais alegria em dar do que em receber’. Recebemos muito quando damos o nosso tempo, a nossa disponibilidade."

Frei Filipe Rodrigues será o convidado da entrevista Renascença/Ecclesia do próximo domingo, 13 de novembro, Dia Mundial dos Pobres, em que dará a conhecer o trabalho da "João 13", que desde 2015 assegura refeições quentes, banho e roupa lavada a pessoas carenciadas e em situação de sem-abrigo na cidade de Lisboa.

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