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2020-03-06 às 17h51

Não há sociedade digital se todos os cidadãos não tiverem competências básicas

Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, na inauguração do Centro de Engenharia de Axians, Castelo Branco, 6 março 2020 (Foto: António José/Lusa)
O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, afirmou que «não há sociedade digital se todos os cidadãos não forem preparados para terem as competências básicas e poderem aceder a serviços digitais».

Em Castelo Branco, na inauguração o novo centro de engenharia da Axians, numa cerimónia que também contou com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e dos Secretários de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo, e da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, o Ministro referiu que em Portugal «23% das pessoas nunca usou a Internet e mais de 50% das pessoas não têm mais do que competências básicas no domínio do digital».

No último dia da Semana Digital, dedicado ao interior, Pedro Siza Vieira sublinhou a importância de garantir que a grande massa da população ativa que não nasceu no mundo digital seja requalificada e possa adquirir competências e ter acesso à formação necessária.

A transformação digital é um verdadeiro desafio estratégico de Portugal e, nesse sentido, o Governo apresentou o Plano de Ação para a Transição Digital, que assenta em três pilares: as pessoas, as empresas e a Administração Pública.

«Uma sociedade, uma economia digital, precisa de ter cidadãos que estejam preparados para viver nesta nova sociedade digital. Temos de olhar para a maneira como as nossas crianças e jovens adquirem hoje competências para, daqui a 20, 30 anos exercerem profissões que hoje nem sequer conseguimos imaginar», acrescentou.

Importância da digitalização nas regiões do interior

A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, realçou que a medida da Semana Digital «é um excelente exemplo do bom trabalho que tem vindo a ser desenvolvido para dinamizar e atrair investimento tecnológico e digital em setores de valor acrescentado, bem como para a criação de postos de trabalho altamente qualificados no País, e especialmente das regiões do interior.

A construção do Centro de Empresas Inovadoras em Castelo Branco é o reflexo da «grande aposta do Governo na transferência de conhecimento e no empreendedorismo» e «uma prova viva da importância da política de coesão para a competitividade e atratividade das regiões do interior».

«É a prova de que uma aposta do investimento público – nacional e europeu – na qualificação profissional, na redução dos custos de contexto e na atração de investimento de qualidade, é o caminho certo para combater a desertificação do País e assegurar que todos os portugueses podem usufruir das mesmas oportunidades e da mesma qualidade de vida», acrescentou.

Ana Abrunhosa reiterou que são exemplos como o Centro de Empresas Inovadoras que dão resposta às assimetrias regionais, nacionais e europeias e que «permitem atrair emprego e investimento para as regiões onde ele é mais necessário».

Coesão territorial fundamental para a transição digital

A Ministra afirmou também que a coesão «tem uma importância fundamental para a transição digital», seja através dos pedidos de mobilidade para o interior de funcionários públicos, do conjunto de incentivos para criar emprego no interior ou da desmaterialização de processos.

Neste contexto, Ana Abrunhosa destacou a aprovação do +CO3ESO Digital, «uma medida inovadora e disruptiva que conta com um investimento indicativo de mais de 50 milhões de euros e que tem como objetivo a difusão da modernização tecnológica e científica de base digital no interior do País».

O Governo vai apoiar a disseminação de tecnologias digitais emergentes, promovendo a criação de cerca de 424 novos empregos diretos e três vezes mais novos empregos indiretos, garantindo «ganhos de eficiência e modernização de procedimentos em setores como o automóvel, o agroalimentar, a saúde ou o turismo».

«Sem uma verdadeira democratização dos desafios e das oportunidades da transição digital, ele nunca será uma verdadeira transição, mas sim um agende de maior discrepância e de maior desigualdade. Tal como a inovação, a digitalização por si só não cria uma participação horizontal na partilha das suas vantagens e potencialidades; é na sua disseminação que se constrói o seu potencial para a coesão», acrescentou Ana Abrunhosa.

A Ministra realçou ainda medidas que incentivam a fixação de pessoas e atração de investimento para o interior como a redução das portagens nas autoestradas do interior, o apoio direto a trabalhadores que se desloquem para o interior através do Programa Trabalhar no Interior ou através de benefícios fiscais em sede de IRC e IRS para empresas no interior.