O hábito de cair quando a polícia está por perto

Um novo caso de violência policial desnecessária no concelho da Amadora, como se já não houvesse bastantes, e mais uma carrada de lenha para a fogueira do conflito racial lusitano.

A polícia está para certos cidadãos como o Outono para as folhas caducas – há uma tendência natural para caírem à sua aproximação. A polícia portuguesa nunca espanca ilegalmente ninguém. São os cidadãos que baqueiam, derrocam, desabam, despencam, esbarrondam-se, esborracham-se, estampam-se, estatelam-se, fenecem, fraquejam, tombam, tropeçam ou tropicam. A última cidadã a escorregar na presença de agentes policiais – os bombeiros da Amadora, que acorreram à esquadra da Venda Nova, garantem ter sido chamados por causa de “uma queda” – chama-se Cláudia Simões, tem nacionalidade portuguesa e angolana, e a cara inchada de hematomas porque umas vezes o chão bateu-lhe no lábio, outras vezes no sobrolho, outras ainda no nariz.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 145 comentários